O Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná) está comemorando 30 anos de história nesta terça-feira (30). Com um início difícil, o sindicato foi se desenvolvendo e ganhando uma identidade, focada principalmente na valorização e no respeito ao profissional da educação. Com uma sede administrativa e outra campestre, os mais de 5 mil associados e suas famílias têm acesso a uma gama de benefícios.

No sindicato desde a sua criação, Moacir Szekut, 61, tem a história do Sinpro na ponta da língua. O professor da área de ciências humanas foi o primeiro presidente, entre os anos de 1994 e 1998. Até 1992, os professores das escolas particulares e da UEL (Universidade Estadual de Londrina) eram representados por um único sindicato: o Sindiprol. Por conta das diferentes esferas de atuação, houve uma separação, dando origem ao Sinpro.

A partir de 1994, o Sinpro passou a ser o sindicato que representa os professores das escolas e faculdades privadas de toda a Região Norte do Paraná, que duas décadas depois passou a integrar todos os profissionais da educação da rede particular.

No início, o Sinpro contava com um grupo pequeno de associados, que se desdobravam para fazer o sindicato caminhar. “[Foram] anos bem difíceis, de cisão, de separação, nós não tínhamos nenhuma autonomia financeira”, relembra. O capital do sindicato, na época, era uma Belina 1979 e uma moto 1985. “Hoje, o capital investido do Sinpro ultrapassa R$ 50 milhões”, afirma.

André Cunha e Moacir Szekut: o atual e o primeiro presidente do Sinpro
André Cunha e Moacir Szekut: o atual e o primeiro presidente do Sinpro | Foto: Divulgação/Sinpro

O diferencial do Sinpro, segundo ele, é que todos os membros da diretoria e presidência precisam estar atuando em sala de aula. “Nós vivemos, presenciamos e sentimos na pele a realidade educacional no dia a dia”, aponta. Desde 1995, a sede administrativa do Sinpro fica na Rua Delaine Negro, próximo à UEL.

Szekut destaca que a entidade nunca se limitou somente à luta por reajustes salariais. “A partir do momento que nós começamos a buscar benefícios, [como] convênios na área da saúde, do lazer, com supermercado, postos de combustível, o Sinpro começou a deslanchar”, afirma.

Para Moacir Szekut, o Sinpro é como um filho que ele pôde ver nascer e crescer e que, hoje, conta com representantes nos conselhos municipal e estadual de Educação. “Nós discutimos a educação no dia a dia, buscando sempre proporcionar aos professores e funcionários da rede privada um espaço de trabalho que traga a valorização do profissional”, afirma, ressaltando que o fato de o professor se sentir realizado valorizado como profissional faz com que ele renda e produza mais dentro da sala de aula.

Imagem ilustrativa da imagem Sinpro Londrina completa 30 anos de história
| Foto: Sinpro/Divulgação

Há sete anos na presidência do Sinpro, André Cunha ressalta que o trabalho do sindicato é baseado em alguns pilares, sendo uma deles voltado à qualidade de vida dos associados e de suas famílias. Ao longo dos últimos anos, ressalta, foram desenvolvidos diversos programas, como o Sinpro Especialidades. Por meio do programa, os associados e suas famílias têm acesso a consultas com profissionais da área da saúde, como nutricionista, dentista, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e fisioterapeuta.

O Sinpro conta com uma sede campestre desde 2015, que fica em uma área de 25 mil m² na Estrada da Cegonha. O clube conta com dois campos de futebol suiço, cinco piscinas, banheiras de hidromassagem, sauna, oito churrasqueiras, academia, salão de jogos e espaço de festa para mais de 300 pessoas, podendo ser usufruído por toda a família do profissional da educação associado ao sindicato.

O Sinpro representa professores e profissionais da educação de 67 cidades das regiões Norte e Norte Pioneiro. Com 5 mil associados, Cunha detalha que o número representa entre 40% a 50% de todos os profissionais dessas regiões.

“Nós consideramos [um número] baixo porque ainda falta para muitos profissionais o entendimento da importância desse processo de união para que as coisas possam mudar”, pontua. O Sinpro Londrina é o maior sindicato de educação privada do Paraná e está entre os cinco maiores do país em número de filiados.

Patrocinador há anos do Festival de Música de Londrina, o Sinpro também promove oficinas e capacitações na área da educação e segurança. Através do sindicato, mais de 1.500 profissionais foram capacitados sobre a Lei Lucas (N° 13.722/2018), que trata da importância da realização dos primeiros socorros nas escolas. “Tudo isso é feito de graça e convocando as escolas a mandarem seus profissionais para que possam ser qualificados pelo Sinpro”, explica.

Cunha pontua que o sindicato atua na fiscalização e denúncia de irregularidades em contratos de trabalho. “Toda a denúncia é apurada, desde o não pagamento correto de algum salário até alguma situação mais grave, como alteração de função, então é um sindicato que se propõe a estar, em suas múltiplas facetas, vivo no dia a dia do seu filiado”, afirma.

Na pandemia, as escolas ficaram fechadas por 19 meses e o sistema educacional, aponta Cunha, mesmo que de forma ainda precária, só permaneceu funcionando por iniciativa dos professores. “O professor começou a dar aula via WhatsApp para manter essa conexão com os alunos e isso ajudou muito a questão da saúde mental dos alunos”, destaca, ressaltando o exemplo dado pelos professores por conta da sua vocação em passar para frente o conhecimento.

Para os próximos anos, o desejo é que Londrina se consolide como uma referência educacional e que a sociedade reconheça a importância do trabalho do professor e de todos os profissionais das escolas. “Eu vejo o Sinpro como um sindicato vivo e que pretende crescer juntamente com esses níveis de entendimento, conscientização e garantia”, finaliza.