O segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) há anos enfrenta problemas quando precisa recorrer às agências do órgão. Em especial, quando necessita de perícia médica para comprovar que não pode trabalhar por algum acidente.

Levantamento do TCU (Tribunal de Contas da União), no ano passado, apontou que os peritos médicos federais tiveram sua produtividade reduzida em mais da metade da jornada estabelecida por lei, deixando quase 100 mil pessoas sem atendimento por mês.

Para o TCU, a redução das metas, a alocação ineficiente de peritos federais e as deficiências nos recursos de tecnologia da informação pioraram os atendimentos. Como consequência disso, as perícias médicas foram afetadas e o prazo máximo de 45 dias para atendimento só foi obedecido em seis estados. Nos demais, o segurado esperou até 82 dias para ser atendido.

A revisão de benefícios previdenciários por incapacidade e de BPC (benefício de prestação continuada) à pessoa com deficiência também foi afetada devido à falta de informação necessária para prestar esse serviço.

Por isso, o TCU determinou ao Ministério da Previdência Social (MPS) a melhoria das metas diárias dos participantes do Programa de Gestão e Desempenho da Perícia Médica Federal (PGDPMF) para respeitarem as jornadas de trabalho previstas na legislação.

Nesse final de semana, duas agências do INSS realizaram um mutirão de atendimentos para pessoas aguardando por uma perícia médica.

Pelo menos 1.500 pessoas que precisam de um auxílio temporário ou por deficiência amanheceram na porta das agências. Para atender tamanha demanda, o órgão trouxe 17 profissionais de cidades do Paraná e outros estados.

A fila de espera da perícia médica em Londrina é de quatro meses. Daí, a importância do mutirão para atender as necessidades de beneficiários de pelo menos 80 cidades.

A demora pela perícia compromete o retorno do beneficiário ao trabalho e afeta diretamente que receba o valor do benefício pago pelo INSS.

Para quem precisa do auxílio por incapacidade temporária, o INSS lançou o Atestmed que permite perícia médica presencial. O beneficiário pode entrar em contato com o número 135 e solicitar um requerimento para análise documental.

A sociedade precisa cobrar melhor atendimento e agilidade do INSS. Afinal, o trabalhador deixa mensalmente parte do salário para o órgão federal e, quando busca pelo serviço, acaba enfrentando fila e burocracia.

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